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O que você precisa saber sobre coronavírus em cães e gatos

Atualizado: 19 de mar. de 2020

Variedades da doença são comuns em inúmeras espécies. Não se trata do mesmo tipo vírus que se tornou epidêmico entre os humanos.

Após um cão com teste positivo para o COVID-19 em Hong Kong, na semana passada, as pessoas ficaram cada vez mais preocupadas com a segurança de seu amigo peludo e se podem pegar a infecção e transmiti-la também. Relaxem, especialistas nos dizem que não é esse o caso. (Foto: Fairview Veterinary Hospital)

Os especialistas acreditam que o COVID-19, que se tornou epidêmico entre humanos, teve origem em morcegos ou pangolins, mas estes estão longe de ser os únicos animais acometidos por coronavírus. Na realidade, variedades do coronavírus são comuns em inúmeras espécies, inclusive aquelas que estão mais próximas dos humanos, como cães, gatos, aves comerciais e bovinos. Quando infectados, esses animais em geral apresentam sintomas leves. Além disso, estão providos de algo que ainda não existe para as vítimas humanas do coronavírus, as vacinas.


"Em qualquer carteirinha de vacinação de cachorro, se olhar a polivalente, lá está o coronavírus", afirma o médico veterinário Alexandre Pezzi.


Especialistas afirmam que não há motivo para os humanos temerem a circulação da doença entre seus pets. A possibilidade de o vírus pular de uma espécie para outra, como ocorreu com o novo coronavírus humano, é um evento extremamente raro, que depende de muitas condições.


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No caso dos cães, existem três variedades de coronavírus: o tipo 1, o tipo 2 e o coronavírus respiratório. "Os tipos 1 e 2 normalmente causam doença muito leve e podem provocar diarreia. O coronavírus respiratório também é leve, mas provoca infecção respiratória. O cão pode espirrar, tossir e ter dificuldade para respirar. Eventualmente há febre, mas não é usual. São infecções muito comuns em cães, mas não só em cães, em todas as espécies. Mortes por coronavírus em animais são exceções", diz Paulo Michel Roehe, professor de virologia do departamento de microbiologia, imunologia e parasitologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


Segundo Roehe, o coronavírus respiratório, em cães, é relativamente recente. Estudos apontam que ele teria origem bovina, passando a infectar cachorros em 1951. Os outros dois vírus caninos, no entanto, têm ancestrais comuns com as variedades felinas.


Como atinge os gatos


Nos gatos, as infecções por coronavírus também costumam ser leves, mas um dos vírus que sofreu mutação pode levar a uma doença grave chamada peritonite infecciosa, em que a barriga do animal fica inchada. Aves comerciais, que devem ser vacinadas, podem desenvolver bronquite infecciosa. Já em bovinos, é muito frequente que ocorra diarreia em terneiros (bezerros) jovens, de acordo com Celso Pianta, professor de microbiologia e saúde pública da Faculdade de Veterinária da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).


"Existem quatro grupos de coronavírus: alfa, que afeta mamíferos como gatos e cães; beta, dos humanos; gama e delta, encontrados em aves e peixes. São quatro famílias com diferenças grandes. Os outros vírus não se relacionam com os nossos. Não é uma grande preocupação, porque não se transmitem para nossa espécie. Mas sempre ficamos atentos. A Organização Mundial de Saúde, o Centro de Controle de Doenças Transmissíveis e Organização Mundial de Saúde Animal estão vigilantes, e qualquer caso suspeito de transmissão entre animal e humano precisa ser notificado", afirma Pianta.


Roehe observa que os coronavírus humanos vieram de animais, mas concorda que não há motivo para receio. Para conseguir passar de uma espécie para outra, observa ele, é necessário que ocorra uma mutação muito específica. Além disso, não basta a mutação permitir que o vírus passe de um animal para uma pessoa. Também é preciso que ela [mutação] permita a transmissão entre pessoas.


"Felizmente, isso é muito raro. Não tem porque se preocupar com o coronavírus nos animais domésticos. Nós também estamos cheios de vírus, que fazem parte da nossa microbiota. Alguns trabalhos estimam que dentro de cada um de nós habitam 100 trilhões de micro-organismos", diz o professor.


O veterinário Alexandre Pezzi afirma que, depois que se noticiou que um cachorro de uma paciente de COVID-19 havia sido infectado em Hong Kong, alguns clientes fizeram contato para manifestar sua preocupação com os próprios animais de estimação. Ele procurou tranquilizá-los. "Quem tiver contato com um animal infectado não vai pegar, com certeza. Esses vírus não pegam em gente", diz Pezzi.


A recomendação para quem tem um pet é informar-se sobre vacinas disponíveis. Caso o animal adoeça, é indicado evitar o contato com outros espécimes, para prevenir a transmissão.



Um caso relatado de COVID-19 em cão - na China


O coronavírus conhecido como SARS-CoV-2 traz uma surpresa a cada dia. Especialistas em Hong Kong dizem que há evidências claras de que o vírus pode passar de humanos para cães e possivelmente para outros animais de estimação. Mas eles não acreditam que o vírus cause doenças graves em cães, nem que os cães estejam espalhando o vírus de volta para as pessoas.


No final de fevereiro, funcionários do Departamento de Agricultura, Pescas e Conservação de Hong Kong (AFCD, na sigla em inglês) relataram que um único cachorro havia testado fracamente positivo para o coronavírus depois que seu tutor foi diagnosticado com COVID-19, o nome da doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2.


Na ocasião, eles especularam que a boca e o nariz do cachorro podem ter sido simplesmente contaminados pelo vírus, sem que fosse capaz de infectar e crescer no cão. Porém, com mais dias de testes positivos, sugerem que o cachorro está realmente infectado.


Segundo a AP, uma ampla gama de especialistas em Hong Kong e da Organização Mundial de Saúde Animal concordaram que provavelmente estamos vendo 'um caso de transmissão humano-para-animal'.


A descoberta não é terrivelmente chocante, uma vez que se acredita que o coronavírus SARS-CoV-2 tenha passado inicialmente de animais para seres humanos, com os morcegos apontados como o provável hospedeiro principal, ou seja, outras espécies hospedeiras intermediárias podem ser a fonte real de transmissão para as pessoas.



Pelo lado positivo, você não deve se preocupar com seus animais de estimação se tornando a próxima fase de uma pandemia global. Os cães, como os humanos, têm o mesmo tipo de receptores que permitem que os coronavírus como o SARS-CoV-2 infectem suas células.


Mas mesmo outras espécies de coronavírus que evoluíram especificamente para infectar cães tendem a não deixá-los doentes, e as autoridades de saúde disseram que o cachorro (do caso relatado) não está apresentando nenhum sintoma 'relevante' de infecção. Eles também afirmam que atualmente não há evidências de que os cães possam transmitir a infecção de volta aos seres humanos.


É teoricamente possível que os cães possam espalhá-lo para as pessoas, se tiverem altos níveis do vírus em sua saliva, por exemplo. Mas, novamente, neste caso, o vírus não parece estar prosperando o suficiente para que isso aconteça, e nenhum caso de infecção humana foi atribuído a animais de estimação durante o atual surto.


Ainda assim, as autoridades de saúde colocaram este cachorro em quarentena, com planos de devolvê-lo a seu tutor quando ambos testarem negativo. Eles também recomendam que os animais de estimação de qualquer pessoa com infecção confirmada também sejam colocados em quarentena.


Como sempre, a ordem é manter boas práticas de higiene: lavar as mãos antes e depois do manuseio de animais de estimação. Evitar contato próximo com pets, se eles ou você estiver doente e fazer o possível para não beijá-los.


Atualmente, o vírus causou mais de 96 mil casos relatados de COVID-19, além de mais de 3.300 mortes, com oito casos documentados no Brasil.



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Com informações do Gaúchazh e Gizmodo Brasil

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