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Luisa Mell sofre ameaças após denunciar abandono de cavalo de corrida em SP

A ativista da causa animal, Luisa Mell, conversou com a reportagem da Quem sobre a repercussão do seu post falando sobre o descarte de equinos explorados nas corridas, atividade abusiva e lucrativa que movimenta até R$ 1 bilhão por ano no Brasil, sendo um negócio cruel que tortura inocentes animais.

Post de Luisa Mell denuncia o modo cruel e covarde como os cavalos de corrida são descartados após ficarem velhos e doentes. (Imagens: Reprodução / Instagram)

Luisa Mell acabou se envolvendo em mais uma polêmica com o meio esportivo equino. Após fazer um resgate de um 'puro sangue' que acabou morrendo, na noite desta quinta-feira (13), a ativista animal fez uma publicação no Instagram criticando a maneira como os cavalos de corrida são descartados quando não servem mais para competir. Nesta sexta-feira (14), Luisa foi um dos assuntos mais comentados no Twitter e, à reportagem da Quem, disse ter recebido ameaças ao fazer a denúncia.


"Fico chocada. É um absurdo. É um problema sério que todo mundo quer empurrar para debaixo do tapete e eu sou uma pessoa pública que coloca um holofote nele. Eu não tenho medo, porque meu compromisso é só com os animais. A própria corrida já é um horror, mas não é esse meu foco agora. Quando eles estão lá competindo são 'bem tratados', têm uma superalimentação e depois jogam o cavalo lá comendo lixo e ele fica doente, desnutrido. É uma tragédia", declarou a ativista.


Luisa ficou impressionada com a receita gerada em cima do esporte com os animais. "Não sabia que movimentava tanto dinheiro assim. Movimenta R$ 100 bilhões no mundo, R$ 1 bilhão por ano só no Brasil. Não tinha noção. Mas os maus-tratos são terríveis. Tem vários cavalos que morrem do coração, alguns morrem durante o torneio também. É um atleta de alta performance. A maioria rompe ligamento. Depois que eles não servem mais, muitos vendem para carroceiro, são sacrificados. A vida deles só têm valor se tiver lucro", acusa.



Ameaças


A defensora dos direitos dos animais afirma que ameaçaram até fechar sua ONG. "Disseram que os desembargadores estavam praticamente comprados. Sempre ficam achando que ganho alguma coisa com a ONG. Muito pelo contrário, já coloquei várias vezes bastante dinheiro nela, meu marido, inclusive, principalmente. Se fecharem minha ONG quem é que vai assumir esse trabalho que eu faço e o Estado é incapaz de fazer?", questiona.


Luisa Mell com sua equipe de trabalho. Cavalo foi resgatado, mas não suportou os terríveis traumas que sofreu e morreu. (Foto: Reprodução / Instagram)

Luisa recebeu apoio de vários artistas no caso, como Anitta, Jão, Fernanda Freitas, Giovana Lancellotti, Dani Calabresa, Patrícia de Sabrit, Alexia Dechamps, Thaila Ayala entre outros.


Em nota, o Jockey Club de São Paulo diz que o destino dos animais que saem do clube é de responsabilidade de seus donos, já que os animais são de propriedade particular. "Todos os cavalos de corridas alojados no JCSP e que participam dos páreos realizados no hipódromo, são de propriedade particular e só podem deixar o JCSP para uma propriedade devidamente cadastrada em órgão público. Uma vez que um cavalo, de propriedade particular, deixa o JCSP, com destino a uma propriedade particular, a responsabilidade pelo que acontece com esse animal é de seu proprietário e não do JCSP, que não tem competência ou respaldo jurídico para realizar fiscalizações ou controle de animais de particulares em localidades particulares, fora de suas dependências."



Post de denúncia


A história toda começou após Luisa fazer alguns posts em seu Instagram contando ter encontrado um cavalo abandonado à beira da morte, o qual ela conseguiu fazer o resgate com a ajuda de uma equipe.


Horas mais tarde, ela voltou às redes sociais para contar que o animal havia morrido e aproveitou para fazer denúncias contra a indústria de corridas de cavalos após descobrir que ele era um puro sangue com histórico de corridas que foi vendido por um preço muto baixo após envelhecer e não poder mais competir.


"Corridas de cavalo movimentam cerca de 1 bilhão de reais por ano no Brasil, mas o fim de vida de muitos cavalos explorados neste 'glamouroso esporte' tem sido dramático... Assim como este cavalo que resgatamos ontem. Ferido, machucado, doente, sem conseguir levantar e abandonado embaixo do rodoanel. A história já era cruel, mas saber que ele é um puro sangue, que depois de anos correndo no Jockey, depois de anos de 'dedicação' e exploração foi vendido por dois mil reais para morrer puxando carroça, me destruiu por dentro. Até porque foi a certeza de que isto é uma prática comum", escreveu ela em parte do post.


Luisa afirmou que foram feitos quatro resgates similares e com o mesmo histórico no último ano e pediu ajuda para que o Jockey Clube de São Paulo intervenha nessas situações.


"No ultimo ano, resgatamos 4 cavalos doentes e feridos que foram obrigados a puxar carroça até o final de suas forças. E os 4 eram ex atletas do Jockey Club de SP. Por isso aqui, peço aos diretores do Jockey que me ajudem a coibir esta injusta e triste realidade! É vergonhoso e criminoso que explorem os cavalos para ganhar dinheiro e depois que eles se machucam por causa do esforço sejam descartados desta maneira. Passei a noite resgatando o Marrom, mas apesar de todo nosso empenho, ele não resistiu. Eu nunca vou me esquecer do seu olhar, Marrom. Nem do seu sofrimento. Tinha te prometido uma vida feliz. Mas cheguei tarde. Não tive a chance. Mas por você eu juro lutar para que esta triste história não se repita mais", completou.



Esclarecimento no Instagram


No dia seguinte, Luisa precisou fazer uma nota de esclarecimento no Instagram para explicar a sua denúncia, garantindo nunca ter feito acusações contra o Jockey Clube e que, na verdade, teria pedido ajuda para localizar os proprietários dos cavalos em questão.


"Gente, depois do post de ontem, recebi, literalmente, milhares de mensagens. A maioria de apoio, mas algumas de ódio total incluindo graves ameaças que já enviamos aos advogados e outras, à Polícia! Vamos lá: quem reler o texto, vai perceber que eu nunca acusei o Jockey Clube. Eu apenas citei que os cavalos tiveram passagem pelo Jockey! O Jockey Clube não tem cavalos. Ele cobra das pessoas para que elas usem o espaço com seus cavalos e que até possam mantê-los lá. Além de não acusar o Jockey, eu pedi ajuda ao Jockey e aos seus diretores para tentarmos, junto aos proprietários que fazem esse “descarte” dos animais, coibirmos essa prática!", escreveu em parte do post.


Luisa continuou, lamentando as reações negativas que recebeu, mas garantindo que irá continuar seu trabalho independente de qualquer coisa: "Infelizmente, muitas pessoas não sabem interpretar texto e, motivadas por ódio, ameaçaram, agrediram e até praticaram crimes em mensagens, e-mails e telefonemas. Minha preocupação é única e exclusivamente com os animais. Quem me acompanha, sabe que estou nessa causa há 20 anos e já enfrentei todos os tipos de agressões e ameaças, incluindo de morte e continuo aqui pelos animais! Todos que sempre me acusaram de apenas querer me promover, passaram. Eu fiquei! Aqueles que me acusam de querer ser candidata, se candidataram e outros já são pré-candidatos, eu não! Eu estou aqui pelos animais, não por egos. Minha motivação é a vida, não o ódio! Reforço meu pedido a diretoria do Jockey Clube de SP e a todos os outros Jockeys Clubes do Brasil para nos reunirmos e, juntos, pensarmos em uma forma de coibir esses 'descartes'. Por último, a todos aqueles que disseminam o ódio, desejo-lhes paz", completou.


Denuncie a crueldade: as denúncias podem ser realizadas em qualquer delegacia de polícia. Dirija-se ao distrito policial mais próximo e faça a sua denúncia. Os animais agradecem!






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Com informações da Quem

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