top of page

Cães e gatos podem salvar vidas com doação de sangue

Atualizado: 31 de mar. de 2020

Os animais também precisam de transfusão de sangue, você sabia? Então, deixe seu pet ser um doador. Doar sangue é um ato de amor e solidariedade, além de salvar vidas.

O sangue retirado não vai fazer falta ao animal. Um cão leva cerca de 21 dias para repor o sangue doado. A transfusão quase sempre faz a diferença entre a vida e a morte, para animais que precisam de sangue. (Foto: Vila do Pet)

Assim como acontece com os humanos, os animaizinhos também sofrem à espera de doadores de sangue. Em Teresina, uma forma de ajudar é doando para o banco de sangue animal que funciona no Hospital Veterinário Universitário (HVU), na Universidade Federal do Piauí (UFPI). O sangue coletado de cães e gatos doadores ficam armazenados em um freezer que tem capacidade para até 100 bolsas. Contudo, infelizmente, o estoque quase sempre está zerado, o que acaba atrasando procedimentos cirúrgicos.


Assista ao vídeo / TV Cidade Verde


"Temos esse freezer, mas não temos nenhuma bolsa. Acredito mesmo que por falta de informação. Quando algum animal precisa de sangue, os próprios donos têm que ir atrás. A doação espontânea é zero", lamenta o veterinário João Macedo, diretor do HVU.


Para tentar incentivar as doações, o diretor explica que o HVU vai até a residência do tutor pegar o animal para que seja colhido o sangue. "As pessoas podem ligar dizendo que querem doar e nós vamos lá buscar. Temos carros preparados para isso. Só pedimos que o dono do animal doador acompanhe", orienta Macedo.


Para ser doador o animal precisa enquadrar-se dentro de alguns pré-requisitos: ser saudável e calmo, ter idade entre um e oito anos, peso superior a 25 kg (cão) e 3,5 kg (gato), ser vacinado e desparasitado, não ser obeso e não ter histórico de doenças graves. No caso das fêmeas, não podem estar prenhes ou no cio.


"Às vezes o animal passa algum tempo esperando porque o proprietário não conhece nenhum cão doador. Assim, o paciente precisa aguardar a transfusão sanguínea para poder entrar no centro cirúrgico. Com o banco de sangue, o tempo de espera pode ser muito menor", disse a veterinária Andressa Kelly.


O Hospital Veterinário Universitário (HVU) realiza, em média, 158 cirurgias por mês e são feitos 12 mil atendimentos e 48 mil procedimentos por ano.


Assista ao vídeo / TV Assembleia



Entenda a doação de sangue animal


Todos nós sabemos que doar sangue pode salvar vidas, e que o ato é um gesto de amor ao próximo. Provavelmente você já presenciou alguém que precisasse de doação ou pelo menos ouviu falar. Os bancos de sangue estão quase sempre vazios. Se os bancos de sangue humano quase não dão conta de manter os hospitais, já parou para pensar nos bancos dos pets?


A primeira transfusão de sangue datada foi realizada por Richard Lower, em demonstração realizada em Oxford, no ano de 1665. Nos humanos foi realizada dois anos depois. Na época, as transfusões eram heterólogas (entre espécies diferentes), até de animais para humanos. Em face da ignorância e de toda a precariedade existente nos procedimentos, os experimentos, via de regra, resultavam em morte.


Felizmente, com o passar dos anos a ciência evoluiu e a transfusão de sangue alcançou significativas mudanças. Nos dias atuais o procedimento tem-se mostrado muito eficaz em situações de intervenções cirúrgicas, traumatismos, hemorragias ou doenças sanguíneas, beneficiando a humanos e animais.


Algumas pessoas ficam receosas sobre doar sangue do seu pet, mas não se preocupe, seu animal não sofrerá nenhum efeito colateral pela doação.


Todo o processo da doação de sangue é feito de forma cuidadosa e obedece a critérios rígidos. Em cada doação é retirado só um pouquinho de sangue, num processo não doloroso e que também não demora mais que meia hora. É cortado um pouco de pelo na região do pescoço onde é efetuada a coleta, mas não se assuste, é o melhor lugar para fazê-lo.


Critérios para realizar a doação de sangue


Cachorros aptos para a doação:

  • saudável;

  • calmo;

  • peso superior a 30 kg (alguns médicos veterinários recomendam 25 kg, outros 27 kg);

  • idade entre 1 e 8 anos (alguns médicos veterinários vão dizer entre 2 e 7 anos);

  • sem doenças infecciosas;

  • vacinado e desparasitado;

  • não tomar qualquer medicação, além dos desparasitantes;

  • sem histórico de doença grave;

  • não apresentar sopro cardíaco;

  • não ter recebido transfusão de sangue;

  • não ser obeso;

  • no caso das fêmeas, não podem estar prenhes;

  • não podem estar no cio;

  • não tenha tido carrapatos recentemente e ser negativo para hemoparasitoses (doença do carrapato).


Gatos aptos para a doação:

  • saudável;

  • calmo;

  • peso superior a 3,5 kg (alguns médicos veterinários recomendam 4kg, outros 5kg);

  • idade entre 1 e 8 anos (alguns médicos veterinários vão dizer entre 2 e 7 anos);

  • ter criação totalmente indoor (gatos sem acesso à rua);

  • apenas alimentado com dieta comercial (ração);

  • sem doenças infecciosas;

  • vacinado e desparasitado;

  • não tomar qualquer medicação, além dos desparasitantes;

  • sem histórico de doença grave;

  • não apresentar sopro cardíaco;

  • não ter recebido transfusão de sangue;

  • não ser obeso;

  • no caso das fêmeas, não podem estar prenhes;

  • não podem estar no cio;

  • não podem ser FIV ou FeLV positivos.


Como viram, pode haver um critério ou outro em que os médicos não cheguem a um consenso, mas em regras gerais são esses os pré-requisitos para doação do sangue.



Por que doar sangue?


Primeiro, porque é um ato de amor e de solidariedade a quem necessita de ajuda. A transfusão é um procedimento realizado em casos emergenciais e tenta corrigir uma anemia ou disfunção sanguínea severa.


As principais indicações para a realização de uma transfusão são:

  • acidentes ofídicos (picadas por animais peçonhentos, como cobras);

  • atropelamentos;

  • doenças transmitidas pelo carrapato;

  • insuficiência renal;

  • pancreatite;

  • intoxicações;

  • coagulopatias (incluem distúrbios de coagulação e hemorragia. Nas hemorragias, o sangue não coagula rápido o suficiente, resultando em um sangramento contínuo ou excessivo. Nos distúrbios de coagulação, o sangue coagula muito rápido e pode resultar na formação de coágulos nas veias ou artérias).


Além das circunstâncias acima mencionadas, existem muitas outras situações em que os pacientes podem necessitar de transfusão sanguínea. Daí a importância da doação e de se manter um banco de sangue.


Assim como acontece nos bancos de sangue humano, os bancos de sangue animal necessitam de doadores para abastecê-los e, por muitas vezes, acontece de um animal morrer por não ter sangue à disposição para a transfusão.


É muito importante que o responsável pelo animal tenha boa vontade, seja solidário e, caso o animal tenha condições, leve-o para realizar doações periodicamente.


Benefícios para o animal doador


As clínicas que realizam a coleta, colhem uma amostra e são feitos diversos exames e os responsáveis podem pegar os resultados depois, ou seja, além de ajudar um outro bichinho, você ganha um check-up para garantir a saúde do seu pequeno.


Além do exame clínico, que avalia as condições físicas do animal, o seu sangue passa por exames minuciosos. Os principais exames realizados de forma gratuita, nos bancos de sangue, são:

  • hemograma completo;

  • contagem de plaquetas;

  • ureia e creatinina;

  • brucelose;

  • leishmaniose;

  • dirofilariose;

  • erliquiose;

  • babesiose;

  • doença de Lyme;

  • febre maculosa;

  • fiv e FeLV (gatos);

  • mycoplasma haemofelis (gatos).


Processo da doação de sangue


O processo todo costuma girar em torno de 15 a 30 minutos e, nos cães, é retirada uma média de 450 ml de sangue. Já nos gatos gira em torno de 20 a 40 ml. A doação é totalmente indolor!


O responsável pelo animal que quiser incluir seu pequeno como doador, deve preencher uma ficha cadastral em um banco de sangue. Essa ficha é muito parecida à dos seres humanos, é só colocar as informações sobre a saúde de seu animal.


O processo de doação de sangue de animais é bastante similar ao dos humanos. O animal deve ficar quietinho durante a doação e, por isso, pode ser que se dê um sedativo bem leve para manter o animal calmo e tranquilo. O sedativo não é obrigatório: se o pet for tranquilo e cooperativo, não será necessário.


Com o doador sob efeito da sedação, é feito um acesso venoso, que pode ser no pescoço (o mais indicado) ou nos membros. Então, o sangue vai saindo da veia para a bolsa, que fica em constante movimento para que o sangue não coagule (similar às doações humanas).


O cão ou gato doador deve guardar jejum de 4 horas antes da doação. Quando a retirada do sangue terminar, no próprio banco de sangue irá oferecer uns petiscos, comidas e ração para que o bichinho não fique fraco.


As doações de sangue podem ser feitas a cada 3 meses e a cada doação são retirados, em média, 450 ml de sangue, nos cães. Nos gatos, retira-se de 20 a 40 ml de sangue. Todo o processo costuma durar por volta de 15 minutos. O efeito do sedativo leve passa bem rápido e não deixa efeitos colaterais.


Há efeitos colaterais?


Não existem riscos, mas o animal pode sentir um pouco de fraqueza e ficar meio quietinho nas primeiras 24h. Durante o processo de retirada do sangue, o animal é acompanhado e observado e, caso haja algum mal-estar, o processo é interrompido, mas isso é muito raro. Não há nenhum tipo de risco em doar sangue. O único efeito colateral que pode acontecer é bastante superficial e não dura mais do que 1 dia. Devido à retirada de sangue, o pet pode ficar mais molinho ou um pouco fraco. Isso é perfeitamente normal e passa bem rápido, mas não é comum. Se o seu animal apresentar desânimo, ficar enjoadinho ou aparentar fraqueza, basta que ele descanse e se alimente normalmente. Não se esqueça de lhe oferecer a sua total atenção! Ele vai ficar bem!


Curiosidades


Os gatos podem pertencer a três grupos ou tipos sanguíneos, e os cães a seis grupos ou tipos sanguíneos.


No caso dos gatos, os grupos são divididos em tipo A, tipo B e tipo AB. O grupo A é o mais comum e os animais pertencentes a esse tipo correspondem a uma parcela entre 73 e 99,7% dos casos veterinários. O grupo B abrange a parcela de 0,3 a 26% e o grupo AB pode ocorrer em até 9,7% da população felina. Diferentemente do que acontece com os cães, o risco de reação na primeira transfusão é muito alto e por isso é necessário realizar testes de compatibilidade e/ou tipagem sanguínea antes da primeira transfusão.


No caso dos cães, já foram catalogados mais de 20 grupos sanguíneos caninos, porém apenas seis DEAs (sigla em inglês para 'Dog Eritrocyte Antigen', ou 'Antígeno Eritrocitário Canino') apresentam importância na medicina transfusional (DEA 1.1, 1.2, 3, 4, 5 e 7). Dentre esses, o DEA 1.1, 1.2 e 7 são os que apresentam maior risco de reação hemolítica, com maior ênfase aos DEA 1.1 e 1.2. Os cães podem expressar mais de um antígeno na superfície de suas hemácias, ou seja, eles podem apresentar antígenos DEA 1.1 e 7, sendo, portanto, DEA 1.1 e 7, positivos. Cães de uma mesma raça podem ter tipos sanguíneos diferentes, assim como cães de raças diferentes podem ter o mesmo tipo.


Armazenagem do sangue


A coleta é realizada em bolsas de sangue contendo uma solução anticoagulante CPDA1. Esse produto é chamado de sangue total refrigerado e tem validade de até 35 dias, se armazenado de 1 a 8oC. O sangue também pode ser centrifugado e processado logo após a coleta e gerar até 3 hemocomponentes distintos: o concentrado de hemácias, que também tem validade de até 35 dias; o concentrado de plaquetas, que tem validade de até 5 dias; e o plasma fresco congelado, que, quando armazenado a -18oC, é válido por até 1 ano.


Por isso a importância em realizar doações periódicas. O sangue tem uma validade pequena e os animais que precisam de doação, por vezes, vem a falecer por falta de doadores.


Onde doar


Não é porque o processo é algo relativamente simples que você vai poder levar seus animais a qualquer lugar não, hein! Precisa ser um lugar sério com profissionais competentes. Informe-se sobre hospitais veterinários que fazem a coleta para abastecimento de banco de sangue na sua cidade ou região.


Uma única bolsa de sangue canino pode salvar a vida de até 3 cachorros! Pense nisso!


Doe, porque é sempre bom fazer o bem! Leve seu amiguinho para doar e aproveite o embalo para se informar sobre doação de sangue humano, também! Vamos juntos fazer uma corrente do bem e ajudar a quem precisa, seja ele de quatro patas, ou duas!


Em Teresina (PI), você pode levar o seu cão ou gato para doar no Hospital Veterinário Universitário (HVU), situado à Rua Dirce Oliveira, Ininga, Zona Leste, CEP 64048-550, Fone (86) 3215-5537.



Como ajudar a APIPA


Existem diversas formas com as quais o amigo pode participar para contribuir com o trabalho assistencial da APIPA. Um modo bem simples e rápido de ajudar é fazer as doações em dinheiro por meio de transferência/depósito bancário (contas abaixo). O amigo também pode fazer doações (online) por meio do PagSeguro. Lembrando que a nossa associação sobrevive unicamente de doações. Não deixe de oferecer a sua solidariedade em prol do bem-estar dos nossos bichinhos carentes. Ajude-nos!


Faça a sua doação de ração para cães e gatos:


CONTAS BANCÁRIAS DA APIPA (doações)


CNPJ: 10.216.609/0001-56

  • Banco do Brasil Ag: 3507-6 / CC: 57615-8

  • Caixa Econômica Federal Ag: 0855 / Op: 013 / CP: 83090-0

  • Banco Santander Ag: 4326 / CC: 13000087-4


APIPA suspende temporariamente as visitas e adoções de animais, em cautela à pandemia de coronavírus. No entanto, vem lembrar aos amigos que a rotina interna em seu centro de acolhimento continua com seu funcionamento normal, pois não pode parar. Pedimos que continuem ajudando, fazendo as doações.



Para adotar um amiguinho em Teresina, conheça o abrigo de animais carentes da APIPA (adoções de animais temporariamente suspensas por conta da pandemia). Com informações do 'Bicharada' e 'Amigo Não se Compra'

bottom of page