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Abrigos: animais idosos, doentes e pretos ficam mais tempo

Atualizado: 5 de fev. de 2021

'Quando alguém resolve levar um mais velhinho para sua residência, a adoção é noventa e nove porcento bem-sucedida, porque a motivação é apenas uma: o desejo de mudar a vida daquele cãozinho que já sofreu horrores nas ruas', diz protetora.

A protetora Marcelle Jório, o gato Luz e a cadela Nutella. Animais resgatados do abandono. Adotar pets dos abrigos é ação de solidariedade. Jamais os compre! (Fotos: Divulgação / A Gazeta)

Só quem vive o dia a dia dos resgates de cães e gatos abandonados pelas ruas é capaz de entender o sofrimento desses animais, que sentem fome, frio e ficam vulneráveis a todos os tipos de maldades provenientes de seres humanos sem coração.


Por isso, cada resgate é uma conquista que acalenta a alma de quem está à frente dessa luta diária. E não é fácil, porque depois de abrigar o animal, é preciso levá-lo ao veterinário e realizar todo o tratamento, que muitas vezes é bem longo. E isso depende de doações, de muitas doações. Só depois, é que o pet vai para a adoção responsável.


O problema é que um cão ou gato resgatado pode ficar anos nos abrigos à espera de um lar. É uma pena, mas os idosos, doentes e pretos costumam muitas vezes ficar em segundo plano. Mas por que isso acontece?


A biomédica Laísa Rampinelli, da Ong Ame um Pet, explica que a maioria das pessoas preferem um filhote, em parte por questões afetivas, pois querem conviver com esse animal desde o nascimento, acompanhar o seu crescimento. “Os filhotes, no nosso caso a gente só resgata cães, têm um apelo maior, sem dúvida. Mas a adaptação é bem mais difícil, pois é preciso dar limite, ensinar a fazer as necessidades no lugar certo, isso sem falar na fase de roer e destruir tudo o que ele vê pela frente. O adotante, então, precisa estar preparado. Por isso, um cachorro adulto também tem suas vantagens”, explica.



Bolinhas fofas de pelos


Marcelle Jório, advogada e presidente da Associação de Amparo aos Animais Resgatados, a Ong Amizade é um Luxo, compartilha da mesma opinião. “As pessoas veem os filhotes como pequenas bolinhas de pelos, fofos e adoráveis. E muitas têm a ideia equivocada de que é mais fácil lidar com um filhote e por isso a adaptação em casa vai ser melhor, já que poderá educá-lo desde pequeno. Mas a gente sabe que não é sempre assim”.


Laísa ressalta, ainda, que a preferência é por filhotes de pequeno porte. “Mas nós não podemos garantir com certeza isso para o adotante, pois não temos controle sobre as cruzas”, lembra. E, nesse caso, a devolução é uma possibilidade e isso é muito triste porque o cachorro sofre duas vezes, ou mais, o sentimento do abandono”.



Marcelle diz que a justificativa dos adotantes na hora de escolher um cão filhote geralmente é a falta de espaço em casa. “Por isso, os adultos de grande porte também ficam mais tempo nos abrigos. Assim como os idosos, que as pessoas têm medo de levar por conta dos cuidados necessários e os gastos que terão com a saúde do animal. Mas quando alguém resolve levar um mais velhinho para sua residência, a adoção é noventa e nove porcento bem-sucedida, porque a motivação é apenas uma: o desejo de mudar a vida daquele cãozinho que já sofreu horrores nas ruas”.



Falta de energia para brincar


Outro fato, segundo Laísa, que leva os animais idosos a ficarem mais tempo ou a vida toda nos abrigos, é a falta de energia para brincar com os novos tutores e por não serem os mais fisicamente atrativos. “São animais que viveram por anos em péssimas condições, deram muitas crias, já não têm os dentes e seu pelo e corpo não são tão vigorosos. Isso vale tanto para os cachorros, quanto para os gatos”.


Segundo ela, a pessoa precisa ter a mente aberta para levar um animal adulto, idoso e pretinho (este último, no caso do cão, porque as pessoas o consideram mais agressivo. E no caso dos gatinhos, por conta de todo o misticismo que os envolve, e isso não faz sentido nenhum).


“A pessoa, nesse caso, precisa ser desprendida e não fazer qualquer prejulgamento. Mas, às vezes acontece de alguém vir no abrigo com aquele animal ideal na mente, e de repente simplesmente se apaixona por um idoso, velhinho ou pretinho, e o carrega para a vida toda”, conta Laísa.



Marcelle explica que levar um animal adulto é bem positivo também. “Nesse caso, o tamanho (no caso dos cães), a personalidade e o temperamento (no caso dos cães e gatos) já estão definidos. Então, não haverá surpresas e a família pode escolher um pet compatível com o que está buscando. Normalmente, os adultos dão menos trabalho na adaptação e, por conta de tudo que enfrentaram nas ruas, criam um vínculo muito forte com o adotante, além de demonstrarem uma gratidão sem tamanho pelo novo dono. Isso vale também para os doentes”, conta.


Outra vantagem, diz Laísa, é que os adultos já estão castrados, possuem uma melhor resistência biológica e já tomaram todas as vacinas. “E eles ficam super agradecidos pela oportunidade de estarem sendo amados e, em contrapartida, dão todo o amor que trazem dentro do seu coração ao novo dono”.


É bem verdade o que dizem as pessoas que se dispõem a adotar um cão ou um gato resgatado das ruas: “Na verdade, não somos nós que os adotamos, eles é que nos adotam e transformam nossas vidas, deixando-a bem mais feliz”.



Quando visitar um abrigo de animais carentes, ao pretender adotar, olhe também para os idosos, doentes e pretinhos.





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Com informações de A Gazeta

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